Em um bate-papo descontraído mas com seriedade,
o blog lucineyesmeraldas traz nessa matéria informações que certamente
responderão várias perguntas que muitos gostariam de buscar respostas
Hoje o blog lucineyesmeraldas tem a honra de conversar com
o Senhor Marcílio Alves dos Santos, Secretário Municipal
de Saúde de Esmeraldas/MG.
Secretário, saiba que é um grande orgulho ter essa oportunidade
de fazer contigo, um amigo de longa data, esse bate-papo o qual
teremos a oportunidade de tirar várias dúvidas dos nossos
munícipes,Seja bem vindo!
P- Quando você assumiu a Secretaria, qual era a real situação da mesma?
R-Bom,…a gente assumiu a secretaria em janeiro de 2013 e
encontramos uma situação difícil aqui na saúde e tivemos
muitos avanços, pegamos a secretaria com cinco equipes de
PSF(Programa de saúde da família), hoje nós estamos com dez
e com a autorização de mais três para serem abertos nos
próximos meses ou dias, pegamos o hospital com equipe
mínima de trabalho, pegamos uma maternidade com bastante
“buraco” na grade de profissionais, faziam-se três partos
por mês e hoje a gente conseguiu ativar essa maternidade e
entre outros assuntos o que nós fizemos de positivo também
foi o aumento das especialidades médica descentralizando
o atendimento.
Hoje nós dividimos o município em quatro polos, o do
centro da cidade, o de Melo Viana, o de Santa Cecília
e o de Novo Retiro e dentro desses polos em todos eles nós
temos especialistas.
P- Você ocupa uma secretaria de grande impacto na vida do município, como é
lidar diariamente com a saúde ou melhor com a doença de tantos cidadãos?
R-Na verdade é uma secretaria diferenciada, é uma
secretaria com grandes desafios, eu costumo falar que
é “matar um leão a cada dia” porque a gente pega um
paciente fragilizado, pegamos os familiares do paciente
fragilizados então é difícil mas é desafiador e isso é bom.
P- Quando se fala em saúde em Esmeraldas, logo vem a mente o
Hospital Municipal 25 de maio, mas se faz necessário observar
que apesar da sua grande importância, a área da saúde é bem mais
abrangente. Além do hospital, quantas unidades de saúde temos
hoje no município e como são formadas?
R-A gente divide a saúde em duas partes, o que a gente chama de
atenção básica que são os postos de saúde, nós temos no município
vinte e cinco postos de saúde e dentre esses vinte e cinco, dez
são PSF e o município é muito grande com uma extensão territorial
bem grande e é difícil essa logística de atendimento más nós
levamos o atendimento até o morador do bairro, temos ainda na
saúde o CEO(Centro de atendimento odontológico), temos o CAPS,
temos o anexo do hospital onde atende vinte e uma
especialidade médica e o nosso hospital que é tradicional aqui
na cidade, um hospital de portas abertas.
P- A poucos dias vi fotos da construção de uma unidade em Dumaville,
como estão as obras e qual a previsão de entrega?
R-Aquele posto de Dumaville nós estamos construindo com
recursos de doações, são várias pessoas que estão nos
ajudando e dentro das possibilidades nós temos feito
a construção.
Nós pretendemos inaugurar o mais rápido possível e
ar uma equipe de PSF para o Dumaville separando
de Tropeiros.
P- O município conta também com um importante trabalho dos
Agentes comunitários de saúde, Quantos Acs você tem hoje
pra atender a população esmeraldense e em quais regioes?
R-Bom, nós temos no município setenta e cinco agentes de
saúde que visitam as casas dos pacientes em todo o
município e estão divididos em dez equipes de PSF
várias delas na região da BR 040, várias delas na
região do Novo Retiro e uma aqui no centro a gente
tem uma que da cobertura ao bairro Castelo Branco e
inclusive sobe esse PSF do Castelo Branco, nós
estamos procurando uma casa pra alugar no Castelo
Branco pra transferir esse PSF que atende os
moradores do Castelo Branco lá para o bairro e
assim evitando que tenham que vir para o
centro a procura de atendimento.
P- Esmeraldas foi contemplada com o programa federal
Mais Médicos, quantos profissionais desse programa
trabalham em Esmeraldas e onde?
R-Nós temos hoje do Programa Mais Médicos dez
profissionais sendo nove cubanos e um brasileiro
e eles atendem nesses postos de PSF já citados.
P- Aproximadamente quantos servidores compõem o quadro
da sua secretaria?
R-É muita gente…a secretaria de saúde é hoje uma
prefeitura a parte, nós estamos com quase quinhentos
funcionários.
P- Quantas pessoas são atendidas na área da saúde por
dia em nosso município?
R-Pois é, dentro dessa divisão de atendimento da
atenção básica e do hospital a gente atende por
dia em torno de mil pessoas na atenção básica e
atendemos por dia entre cento e trinta a cento
e cinquenta pessoas no hospital.
P- Quais as especialidades temos disponíveis no município?
R-Bom, nós temos muitas, temos vinte e uma especialidades
médica e as mais procuradas são cardiologia, ortopedia,
otorrino, neurologista e a endocrinologia.
P- Secretário, a área da saúde é composta por vários programas,
quais os programas ativos em nosso município?
R-Veja bem. o maior fiscalizador nosso na saúde é a
Secretaria de Estado da saúde e o Ministério da saúde,
nós temos dezenas e dezenas de programas que nós temos
que cumprir e cumprir todos com metas dentre eles estão
o controle da dengue, controle de nutrição, o controle
de tabagismo, o grupo de asma, entre outros, como eu
disse são dezenas e dezenas de programas.
P- Marcilio, todos nós que convivemos com o Prefeito
Glacialdo sabemos da sua preocupação com a Maternidade
inclusive ele cita experiência pessoal, é desejo dele
que filhos de moradores de Esmeraldas têm que nascer
em Esmeraldas. Como está a nossa Maternidade e qual a
média mensal de partos tem ocorrido no Hospital 25 de Maio?
R-Pois é, essa ai foi uma grande conquista desse
governo, a maternidade… e é muito difícil você manter
uma maternidade porque os profissionais são escassos
e profissionais caros, a gente tem hoje vinte e
quatro horas por dia, trinte dias por mês aqui no
hospital 25 de Maio uma obstetra, um anestesista,
temos um pediatra e dois clínicos, essa é a composição
nossa trinta dias por mês e com isso nos deu condição
de manter funcionando a nossa maternidade.
A maternidade a gente trabalha com ela no risco
habitual, a gestante de risco habitual é aquela
com a gestação normal e que vai ser tranquila,
fazemos parto normal e cesariana e estamos fazendo
hoje em média trinta e cinco partos por mês, essa
é a média nossa hoje.
P- Quantas ambulâncias você tem a disposição?
R-Temos em média hoje em funcionamento oito
ambulâncias, tem as que são do hospital, tem
as que são da atenção básica e como tem dito
o chefe de transporte que a demanda é tão
grande devido também o tamanho do município
que se tivesse trinta, quarenta ambulâncias
não seriam suficientes pela distancia, pelo
tamanho do município e pelas necessidades
que temos das ambulâncias.
P- Esmeraldas conviveu com dois fatos, o cumprimento do
TAC e a realização do maior concurso público da história
desse município, qual o impacto dessas duas realidades
na SMS dessa cidade?
R-A parte boa do TAC foi que o município conseguiu
nessa gestão regularizar um problema que vinha desde
2011,junto ao Ministério Público regularizar a
situação dos contratados, o impacto negativo é que
muita das vezes você perde gente treinada, gente
da cidade, pessoas capacitadas e acaba que pegamos
pessoas inexperientes e pessoas de fora mas nesses
estamos investindo em capacitação e já está quase
cem por cento.
P-Ha chance de que quem prestou o ultimo concurso seja
chamado(a) esse ano?
R-Olha, dentro da necessidade nós continuamos chamando,
inclusive pouco antes dessa entrevista nós chamamos
três enfermeiras e como o concurso ta em validade,
dentro das necessidades a gente tá chamando.
P- Explica para a população como funciona a aquisição
e distribuição dos medicamentos de uso continuo em Esmeraldas?
R-Como eu disse, a saúde divide em duas partes digo,
a parte da atenção básica e a parte hospitalar.
Na parte hospitalar os medicamentos é de responsabilidade
nossa da prefeitura, esse não tem problema porque
a gente sabe o que precisa e depende só da gente comprar,
esse não tem problema, o grande problema que tem
em medicamentos é na atenção básica porque os
medicamentos vêm de um programa do governo federal
que é reado para o estado e esse rea para
o município e essa distribuição tem tido muito
atraso, muitas vezes o paciente vai ao posto de
saúde e não tem o medicamento porque ta atrasado
dois, três meses a remessa mas a gente depende
do ree do estado e a logística desse
programa não ta ainda funcionando tanto que ta
sendo feito mudanças nesse sistema.
P- Impossível falar com o Secretário municipal de Saúde
sem citar o mosquito da Dengue, como está sendo enfrentado
esse período e como está sendo feito o combate?
R-Pois é gente, já foi dito e todo dia estamos
vendo na mídia que o problema da dengue é um
problema caseiro oitenta e seis por cento dos
criadores do mosquito da dengue estão dentro
das nossas casas nas nossas calhas, nos
nossos vasinhos e tantos outros lugares e o
trabalho nosso e do governo é bater na porta
da casa da pessoa pra verificar se aquela
pessoa ta cuidando bem da casa que é dela!
Olha bem como é que são as coisas… estamos
sim vivendo um surto de dengue e a gente
tem feito o possível pra combater tomando
todas as medidas de combate inclusive
recebendo o pessoal do Exército para nos
ajudar nesse combate.
O carro fumacê é uma dessas medidas, a gente
tem um controle diário das regiões com
maior incidência, no fim da tarde a gente
sabe onde ta ocorrendo o maior número
de casos e sobre esse índice o município
de Esmeraldas através do sistema de controle
da dengue faz contato com a secretaria de
estado e essa decide para onde vai o
carro-fumacê, quero esclarecer que essa
decisão de para onde vai o carro-fumacê
não é nossa mas sim da secretaria de estado
da saúde em cima das notificações.
É muito comum a gente ta andando na rua
e as pessoas pedirem que o carro vá ate
a sua rua e muita das vezes a rua dela
não tem casos que seja suficiente para
a utilização do carro-fumacê, pra esses
casos usamos um outro sistema de combate
que é o de bomba-costal que é direcionado
ao foco de dengue não precisando do
carro-fumacê.
P- Você e o Prefeito Glacialdo estiveram na Cidade istrativa
na quarta-feira(27/01) assinando um convênio no valor
de 250.000,00 destinado a área da saúde, uma indicação
de emenda da Deputada Estadual Cristina Correa.
Qual o destino desses recursos?
R-Pois é, foi muito bem vinda essa doação da Deputada
Cristina Correa e esses 250.000,00 serão utilizados
na compra de medicamentos para o hospital e tem
mais 250.000,00 pra sair que serão usados na
reforma do hospital.
P- Sobre marcação de consultas fora de Esmeraldas,
como são feitas e o que pode causar uma demora?
R-Pois então, esse é um grande problema que a
gente tem né…como eu disse nós temos vinte
e uma especialidades médica no município e essas
que nós temos aqui é fácil de controlar porque
quem faz a agenda somos nós, agora toda consulta,
todo exame, toda cirurgia que a gente depende de
outro município tipo Belo Horizonte , Betim
existe uma pactuação entre os municípios.
Duas vezes por ano nos meses de março e
setembro os municípios se reúnem para fazer
essa pactuação de execução de serviços,
muito bem, nessa pactuação fica estabelecido
que Belo Horizonte vai prestar pra gente
“tais e tais” tipos de serviço só que na
prática não acontece bem assim porque a
urgência toma vaga do serviço eletivo,
suponhamos que eu tenha pactuado cinco
cirurgias de ortopedia com Belo Horizonte
por mês e ai durante o mês houveram cinco
acidentes que ocuparam essas vagas pactuadas
aqueles pacientes que estavam aguardando
pelas vagas pactuadas vão ficar para o
mês seguinte e acontece de ficar ate anos
esperando.
P- Nas unidades de saúde do município ha marcação de
consulta ou basta se apresentar no horário de funcionamento?
R-Pois é, essa questão da marcação de consultas
nós temos vinte e cinco postos de saúde funcionando
gostaria de deixar bem claro que todos os vinte e
cinco postos todos os dias têm médicos neles,
tem um clínico e vários tem um pediatra também.
A maioria das consultas pode e devem ser feita
no posto de saúde, quando o caso for mais grave
o próprio posto de saúde faz o encaminhamento
para o hospital ou para uma especialidade.
P- Secretário, outro assunto importante a ser tratado é
sobre a Hemodialise, Esmeraldas hoje tem um grande
número de pacientes nessa fase de tratamento e o município
faz o transporte de vários desses, como é feito o agendamento
e existe alguma exigência para que se tenha direito ao transporte?
R-Veja , essa doença renal a secretaria de estado
fala que será a doença do século, basta dizer que quando
entramos em janeiro de 2013 nós tinha-mos vinte
e dois casos de hemodialise e hoje temos quarenta
e nove casos, então é uma situação difícil primeiro
pra conseguir vagas, os próprios grandes centros
não possuem vagas pra novos pacientes e outro
grande problema é o transporte é essa logística
de ir e voltar porque você pega um paciente que
vai fazer uma sessão de hemodialise ele fica
lá horas e horas e o carro esperando.
Pra encerrar Marcílio eu gostaria de agradece-lo imensamente
por esse tempo destinado a esse nosso bate-papo, primeiro
de vários que espero realizar com o amigo, quero te parabenizar
pelo incansável trabalho realizado diante da SMS juntamente
com sua comprometida equipe que não medem esforços para o bom
funcionamento da pasta e gostaria através de você levar o meu
abraço a cada um(a) servidor(a) da sua Secretaria,que Deus
abençoe a todos em cada função a eles concedidas.
A você deixo o blog lucineyesmeraldas a disposição para
as ações da Secretaria e agora sinta-se a vontade
para sua mensagem final:
-“Pois é, a gente falou muito de atenção básica
e hospital, pra ficar mais claro a atenção básica
são os postos de saúde os quais temos vinte e cinco
e destacar que todos eles tem um médico atendendo.
Então é como costumo dizer que a porta de entrada
do SUS é o posto de saúde mais próximo da sua casa,
sendo assim a menos que seja uma situação grave as
pessoas não precisam vir para o hospital,oitenta
por cento dos que procuram o hospital poderiam
ser atendidos no posto de saúde ai essa pessoa
vem para o hospital e recebe uma classificação
de risco oriundo do Protocolo de Manchester e
esse protocolo a por uma enfermeira que faz
a classificação verificando qual a gravidade da
situação da pessoa e dentro dessa avaliação é
feita a classificação por cores.
É muito comum a pessoa deixar de ir ao posto de
saúde perto da sua casa, vir para o hospital
receber uma pulseira de cor azul ou verde
e ficar quatro , cinco ou seis horas esperando
chateada sendo que ela poderia ter recebido
aquele atendimento perto de casa em muito
menos tempo.
No mais quero agradecer a oportunidade e me
coloco a disposição para novas perguntas.
Edição de foto : Luciney Silva.
Agradecimento ao Willi(Diretor do Hospital M. 25 de maio )