Reencontro repleto de emoções

Apesar de todo o respeito que o elenco tem pelo treinador do Flu, time precisa vencer
Em sua entrevista de despedida do Atlético, Levir Culpi chorou ao falar de seus sentimentos para com o clube mineiro

levir
Ele deixou o Atlético dizendo “até logo”, mas não imaginava que o mundo da bola lhe reservaria um reencontro tão rápido. No Horto, hoje, será assim: ele e a Massa em lados opostos. Será cada um no seu canto. No entanto, o sentimento de gratidão ninguém, nunca, poderá aplacar. Nessas idas e vindas do futebol, sobram pensamentos divergentes, algumas desavenças aqui ou acolá, porém ficaram também motivos para sorrir.
Levir Culpi, o último treinador campeão nacional pelo Galo, está de volta ao terreiro, desta vez como comandante do Fluminense. “Amigos, amigos, negócios à parte”, é o que dizem. Esse lema é o que o alvinegro precisa seguir à risca para reencontrar outra velha conhecida, que há algum tempo não bate à porta do Galo: a vitória.
Há três rodadas, o Atlético não sabe o que é vencer na competição nacional, curiosamente desde a chegada de Marcelo Oliveira. Contra o tricolor, às 21h45 (de Brasília), o triunfo é mais do que importante para recolocar o Galo no bolo dos times que lutam pelo topo da tabela no Brasileirão.

No campo, os jogadores darão a maior parcela de contribuição para o espetáculo. Mas um duelo à parte será travado no banco de reservas. Amigos íntimos, Levir e Marcelo voltarão a se enfrentar no Horto, e quem leva vantagem nesse embate é o comandante do Fluminense.
Nos quatro jogos em que Marcelo Oliveira encarou o então time de Levir Culpi no Independência, o atual técnico alvinegro foi derrotado em três oportunidades e empatou em outra, um retrospecto construído justamente no período em que Marcelo estava no maior rival.
Comparação. O duelo entre Levir e Marcelo também mostra algumas semelhanças e diferenças entre os dois treinadores. Entre os pontos que coincidem, estão a filosofia de trabalho com um ar sereno e conversa calma para tentar amenizar possíveis conflitos internos, além de entrevistas pontuadas por sinceridade.
O sistema aplicado em campo também tem seus toques iguais. Os dois aderiram ao esquema com dois volantes, um meia articulador de jogadas e dois pontas bem abertos, com um centroavante. Claro que ambos são obrigados a alternar a formação, mas a preferência fala mais alto em muitas oportunidades.
Contudo, alguns pontos diferentes também são notados neste duelo de treinadores. Levir Culpi deixou a Cidade do Galo com lágrimas nos olhos, defendendo a força do elenco e, muitas vezes, chegando a negar possíveis contratações para não onerar a folha de pagamento do Galo.
Já Marcelo Oliveira chegou ao Atlético com o grupo recheado de lesionados e logo foi à cúpula alvinegra pedir reforços, principalmente para a lateral esquerda e para o ataque.

COORDENADOR TÉCNICO CULPA O CALENDÁRIO
O Atlético vem enfrentando um alto número de lesões musculares, algo acima da média histórica do clube, apesar de muitas delas terem sido em maio, época costumeira para o agravamento das questões físicas dos jogadores devido ao número alto de jogos. Essa é a linha de pensamento do coordenador técnico do Atlético, Carlinhos Neves, que tem longa carreira como preparador físico.

Com o departamento médico tendo nove “inquilinos” – Leonardo Silva, Edcarlos, Mansur, Yago, Dátolo, Luan, Carlos Eduardo, Pratto e Clayton –, o dirigente foi à sala de imprensa da Cidade do Galo ontem para dar explicações sobre áreas que estão sob sua tutela.

Um dos fatos citados pela torcida é o trabalho da comissão técnica de Diego Aguirre, principalmente do preparador físico Fernando Pinatares. Carlinhos Neves defende os antigos funcionários e se diz seguro com os novos integrantes da comissão de Marcelo Oliveira.

“O trabalho foi bem-desenvolvido. Coincidiu a saída do Aguirre no mês de maio. Se vocês voltarem um pouco, vão ver como foi difícil a sequência de jogos que tivemos”, disse. (FA)

BALANÇO
Pedalada. O Atlético terá o retorno de Robinho na partida de hoje, contra o Fluminense. O jogador está fora de combate desde a primeira partida das quartas de final da Copa Libertadores, quando sentiu dores na coxa esquerda e saiu de campo.

Retornos. Outro que está perto do retorno é o meia-atacante Carlos Eduardo. Ele está em fase de transição da preparação física para treinos com bola e deve estar apto para atuar no fim de semana. Já o zagueiro Leonardo Silva e o atacante Lucas Pratto iniciam o trabalho físico na próxima semana e devem ficar à disposição do técnico Marcelo Oliveira para jogos do Brasileirão em cerca de uma semana.

Curtinha
Maluquinho. O atacante Luan vai aos poucos voltando às atividades normais na Cidade do Galo. O jogador já é visto no CT sem as muletas que estiveram com ele após a cirurgia no joelho direito. O retorno aos jogos ainda não tem data marcada.

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