Defesa Civil alerta para novos temporais em BH e região metropolitana
Entre essa quarta-feira (1º) e esta quinta (2), choveu mais do que a média esperada para o mês na capital; segundo meteorologista, volume é incomum por causa da chegada do inverno
A instabilidade atmosférica continua intensa na região metropolitana de Belo Horizonte, o que pode causar temporais, com ventos de até 50 km/h, na noite desta quinta-feira (2) e na madrugada desta sexta (3). Além disso, as chuvas continuam durante o fim de semana. Contudo, elas serão isoladas e de baixa intensidade. As informações são da Defesa Civil Municipal e do Instituto Clima Tempo PUC Minas.
Nos dois primeiros dias de junho deste ano choveu mais do que a média esperada para o mês na capital. Entre esta quarta e quinta caíram 30,4 milímetros de chuva, a média esperada era de 14,1 em todo o período de 30 dias. Vale ressaltar que cada milímetro de chuva corresponde a um litro de água por metro quadrado.
De acordo com o meteorologista Heriberto dos Anjos, o volume de chuvas para o mês é incomum por causa da chegada do inverno. “Como estamos nos aproximando da estação mais seca do ano, a média do mês de junho em Belo Horizonte é baixa. Mas nas últimas horas, já choveu bastante. Isso ocorreu por causa de um sistema de baixa pressão que atua no oceano. Essa condição aumentou as áreas de instabilidade atmosférica e provocou chuvas em grande parto do Estado”, disse.
Segundo o meteorologista, a instabilidade atmosférica também contribuirá para que as temperaturas continuem baixas em Belo Horizonte ao longo da semana. “Hoje (quinta), por exemplo, a máxima não ou dos 21º C. Isso ocorre em função do aumento das nuvens, que diminui a radiação solar e, consequentemente, a temperatura cai”, explicou Heriberto.
Temporal desta quinta
Durante a madrugada desta quinta, choveu por cerca de três horas em Belo Horizonte, de acordo com a Defesa Civil. A precipitação estava acompanhada de ventos e raios, deixando o trânsito complicado.
Semáforos desligados complicaram o tráfego, na avenida Amazonas, sentido Contagem, e, nesta cidade, na região metropolitana, na avenida Babita Camargos, no bairro Cidade Industrial.
O tráfego também ficou lento na avenida Raja Gabáglia, no sentido centro, entre o Hospital Madre Teresa e a avenida do Contorno, conforme a BHTrans.
Precipitação
Na capital, a precipitação foi mais intensa na região Centro-Sul, com 16 milímetros das 0h às 6h50, seguida das regiões Barreiro (14,2 mm) e Oeste (10,8 mm), conforme a Defesa Civil. Na região Leste choveu 9 mm, 8,8 mm na região Noroeste, 7,8 mm na região Nordeste, 5,4 mm na Pampulha, 3,2 mm na região Norte e 2,8 mm em Venda Nova.
Chuva eleva níveis dos reservatórios
A chuva que atingiu a região metropolitana nos dois primeiros dias de junho foi muito bem-vinda para os reservatórios da Copasa.
No sistema Rio das Velhas choveu 11 milímetros. Em todo mês de junho de 2015, mês caracterizado por longa estiagem, choveu apenas 2,3 mm. A média histórica para o mês, conforme gráfico da Copasa é de 11 mm.
No reservatório Rio Manso choveu 15,2 milímetros neste início de mês, contra os 9 mm de todo o mês de junho do ano ado. No Sistema Serra Azul, o volume foi 10,5 mm, bem superior aos 4,7 mm registrados em 2015. No Vargem das Flores, o volume de chuva nos dois primeiros dias de junho foi 7 mm; em 2015, durante o mês de junho, choveu apenas 4,3 mm.
O nível geral dos reservatórios também é maior na comparação entre junho de 2016 e 2015: Rio Paraopeba está com 57,5% de sua capacidade. Em 2015, operava com 37,9; Rio Manso está com 74,6%, contra 50,6% no ano ado; Serra Azul opera com 33,6% de sua capacidade contra 15,8% em 2015; Vargem das Flores está com 46% de sua capacidade contra 39,5% no ano ado.
Contra o racionamento
De acordo com a Copasa, o risco de racionamento de água está descartado na Grande BH, desde a implantação da nova captação do Rio Paraopeba, em Brumadinho, em dezembro de 2015. O sistema capta até 5.000 litros de água por segundo, o que permite, por pelo menos mais 20 anos, a segurança no abastecimento da população de Belo Horizonte e região metropolitana.
O Programa Cultivando Água Boa (CAB) também é uma das ações de médio e longo prazo para a garantia da segurança hídrica que a Copasa está adotando. As atividades compreendem mobilização da comunidade, ações de recuperação ambiental, de matas ciliares, controle de processos erosivos e outras práticas.