O padre suspeito de abusar de uma menina de 14 anos em Arceburgo, no Sul do Estado, confessou nessa quinta-feira (27), em depoimento à policia, ter beijado a adolescente. Segundo o pároco, ele não teria resistido às investidas da jovem. O caso veio à tona nesta semana depois que um vídeo, que comprovaria o crime – cometido dentro da igreja -, se espalhou pela cidade de pouco mais de 10 mil habitantes.

Em depoimento, o padre confirmou a veracidade do vídeo filmado em março deste ano. No entanto, ele se limitou a dizer que essa foi a única ocasião em que os abusos teriam acontecido.

Até o momento, já foram ouvidos familiares e a vítima de 14 anos. Em seus relatos, na quinta-feira, a adolescente contou que os abusos começaram no ano ado. Ela, inclusive, chegou a dizer que tais fatos ocorriam sem seu consentimento e, ainda assim, se sentia culpada pela situação.

De acordo com a Polícia Civil, já foi realizada uma perícia no vídeo recebido pela corporação e vistoria na casa paroquial. Se condenado, o padre pode responder por estupro. A pena para esse caso é de seis a dez anos de prisão.

Na manhã desta sexta-feira (28), a Polícia Civil também ouviu uma outra possível vítima do padre. Segundo a corporação, a mulher, que hoje tem 32 anos, foi auxiliar do pároco. Os assédios teriam acontecidos há mais de 18 anos.

Procurado, o pároco apenas informou que foi orientado por seu advogado a não conversar com a imprensa por enquanto.

Relembre

O vídeo em que o padre aparece beijando a adolescente, quando ela estava sem a blusa e o sutiã, foi publicado nas redes sociais e chegou até a Polícia Militar (PM) na quarta-feira (26), sendo reado à Polícia Civil.

Inicialmente, a adolescente negou os abusos e disse que seria melhor resolver a situação entre os membros da igreja, porém, após as imagens serem apresentadas, ela relatou o que realmente aconteceu. Ela contou que foi ela mesma quem gravou o vídeo, em março deste ano. Ela disse tê-lo enviado para outro coroinha da igreja e que as imagens acabaram vazando.

As imagens foram editadas, com cortes no início e no fim do vídeo, mas a adolescente não quis contar o que aconteceu no restante do vídeo. O vídeo mostra o padre debruçado sobre a garota e, apesar do áudio ruim, segundo a polícia, é possível ouvir o padre dizendo em determinado momento que “se sangrar é normal”.

A Polícia Civil investiga se houve conjunção carnal, entretanto, apenas o beijo dado pelo padre na adolescente já é considerado estupro.